A cidade de Évora, conhecida pela sua história rica e pela arquitetura deslumbrante, foi o palco de uma exposição singular na Igreja de São Vicente, em agosto de 2024, e vista por mais de 8.000 visitantes. O artista luso-britânico Nelson Ferreira apresentou ao público “TETRALOGIA: CINTILAÇÕES DO MANTO CELESTE” – uma reflexão profunda sobre a arte, o tempo e a técnica, explorando temas que viajaram desde a herança bizantina até inovações futuristas que questionaram o isolamento do século XXI.
No vídeo que acompanha este artigo, Nelson Ferreira explicou a visão que guiou a exposição e sublinhou a importância da técnica (métier) no universo artístico.
A EXPOSIÇÃO A mostra ofereceu um percurso estético que homenageou diferentes períodos históricos:
Ícones Bizantinos: Criados com técnicas medievais utilizadas entre os séculos VIII e XIII, estes ícones respeitaram o carácter sagrado do espaço e destacaram a espiritualidade e o rigor técnico do passado.
PlatiGleam: Uma série futurista composta por pinturas que reagiram à luz do telemóvel, simbolizando o isolamento e o individualismo característicos do século XXI.
Série Azul e Veludo Negro: Obras desenvolvidas para o Museu Nacional de Arte Contemporânea e o Museu Nacional Soares dos Reis, em tons de azul e negro, como metáforas para o cosmos e o mistério da existência.
Uma Reflexão sobre a Arte e a Técnica (Métier):
No vídeo, Nelson Ferreira abordou questões cruciais sobre o estado atual da arte, chamando a atenção para o papel central do conhecimento técnico no processo criativo. Criticou a tendência contemporânea de ignorar o legado dos grandes mestres e destacou como a arte tem sido reduzida à autoexpressão ou à subserviência à palavra escrita.
Para o artista, a técnica foi muito mais do que um simples recurso; foi a chave para a inovação e para a criação de obras de excelência. As suas pinturas PlatiGleam, por exemplo, demonstraram como a maestria dos materiais pode abrir novas possibilidades e desafiar convenções.
Convite à Contemplação: A exposição convidou o público a redescobrir a arte de observar. Num tempo em que os visitantes dos museus dedicam, em média, apenas três segundos a cada obra de arte, Ferreira desafiou-nos a olhar mais profundamente, a explorar a subtileza das imagens e a refletir sobre o que estas revelam sobre a nossa cultura e o nosso tempo.
Conclusão: A exposição na Igreja de São Vicente foi uma celebração do passado, um questionamento do presente e um convite a pensar o futuro. Uma experiência única que uniu história, métier e criatividade num diálogo intemporal. Curadoria de Rui Diogo Castela. #Évora #NelsonFerreira #RuiDiogoCastela #ArteContemporânea #TetralogiaCintilaçõesDoMantoCeleste #ÍconesBizantinos #PlatiGleam #SérieAzul #VeludoNegro #ArteEHistória #TécnicaArtística #HerançaCultural #InovaçãoArtística #ArteDoSéculoXXI #ExposiçãoEmÉvora #ReflexãoSobreArte #PinturaFigurativa #IgrejaDeSãoVicente
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